A Bolsa da Dívida e Valores de Angola (BODIVA) pagou 285,3 milhões de kwanzas, correspondentes a 761 mil dólares norte-americanos, a título de ordenados aos membros do órgão de gestão em 2019, revela o relatório anual da instituição, consultado.
A gestão da BODIVA cabe ao conselho de administração, composto por sete membros. No exercício de 2019, compunham o conselho de
administração António Furtado, presidente, Ottaniel dos Santos, Dorivaldo Teixeira, Andreia Simões, Odair Costa, António Catana e Mário Caetano João (administradores), este último exerce, actualmente, a função de secretário de Estado para a Economia.
Considerando-se 13 salários por ano previstos na lei angolana, chega-se a um ordenado médio mensal de pouco mais de três milhões Kz por
administrador da BODIVA. A realidade deve ser um pouco diferente, pois o presidente do conselho de administração benecia de um salário mais elevado do que os seus pares, entendem os analistas ouvidos pelo Novo Jornal.
Uma vez os administradores levarem para casa 13 salários anualmente, dados indicam que, por ano, só de vencimento, cada um dos sete membros do conselho de administração encaixou 40,7 milhões Kz como salário, enquanto os outros 27 funcionários da instituição receberam, cada, 11,4 milhões Kz anualmente, ao passo que o conjunto dos referidos colaboradores levou para casa, em 2019, 306, 5 milhões Kz, dado que a BODIVA emprega 34
trabalhadores.
Contas refeitas, só o conselho de administração da BODIVA consumiu 48%da remuneração destinada aos 34funcionários da instituição, atendendo que os 27 trabalhadores caram com 306,5 milhões Kz, enquanto os sete elementos do órgão gestor encaixam 285,3 milhões Kz.
De acordo com a análise do NJ ao relatório e contas da BODIVA de 2019, o custo da instituição, com o seu pessoal, cresceu 46%, já que, no ano anterior, foram gastos 465 milhões Kz em todas as despesas com os então 30 trabalhadores, enquanto, no exercício nanceiro ndo, foram disponibilizados 679,3 milhões Kz para os agora 34colaboradores