Num comunicado enviado hoje à Lusa, o ministério afirmou que os postos de trabalho serão criados no quadro do PAPE, cuja estratégia de operacionalização foi apreciada, na segunda-feira, durante a oitava reunião da comissão económica do Conselho de Ministros.
“A estratégia apresenta um modelo de empregabilidade com padrões de qualidade de referência internacional e o foco é a criação de empregos para jovens angolanos”, lê-se na nota, que cita declarações da ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias.
Fomentar o empreendedorismo no seio dos jovens, “nos domínios técnico-profissional e de gestão de pequenos negócios, e contribuir para o processo de promoção da inclusão financeira, fiscal e social da juventude”, constituem os objectivos do PAPE.
Segundo o ministério, o plano de acção, que também visa a “melhoria do rendimento familiar”, está alinhado com os programas de apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), de Reconversão da Economia Informal (PREI) e Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural (PIDCR).
O Orçamento Geral do Estado e o Fundo do Petróleo são algumas fontes de financiamento do PAPE.
Angola continua a registar uma elevada taxa de desemprego que afecta sobretudo jovens, situação que resulta da crise económica, financeira e cambial que o país vive, desde finais de 2014, devido à queda do preço do petróleo no mercado internacional.
A situação, segundo as autoridades, também foi agravada pela pandemia de covid-19.
Na campanha eleitoral para as eleições de 2017, o candidato João Lourenço, actual Presidente de Angola, prometeu criar 500 mil novos empregos até ao final da legislatura, em 2022.
Entretanto, Jovens duvidam e acusam o Chefe de Executivo de promessas enganadoras .
“Quanto a essa nova proposta estou céptico, não acredito e penso ser mais uma campanha eleitoralista e uma forma do Estado vender esperanças, nós estamos cansados e a esperança que temos hoje não é a do verbo esperar, mas do verbo esperançar”, afirmou o presidente do MEA, Francisco Teixeira.
Para sustentar o seu cepticismo, o líder dos estudantes angolanos referiu que boa parte dos programas do Governo “não avança devido à excessiva partidarização”, considerando que os programas em curso beneficiam “sobretudo jovens ligados à JMPLA”, braço juvenil do partido no poder em Angola.
“Era preciso o Estado descentralizar e encontrar uma plataforma congregadora onde todos os jovens se revissem”, defendeu.
Francisco Teixeira disse ainda que está já em preparação a quinta manifestação nacional contra o desemprego em Angola agendada para 26 e 27 de setembro.
“Vamos fazer 48 horas na rua para exigir do Estado mais seriedade e mais responsabilidade na questão da empregabilidade”, rematou.