As agressões deram-se quando um grupo de fiéis decidiu promover uma passeata a partir da sede daquela igreja para protestar contra os reformistas, mas que foi impedida por apoiantes desses últimos, gerando actos de pancadaria, que resultaram em ferimentos graves a alguns reformistas.
A crise na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola continua a ganhar vários contornos. Desta vez, na cidade do Lubango, na Huíla, um membro desta denominação religiosa foi ferido, na sequência de um confronto entre as alas angolana e brasileira.
O episódio aconteceu, na manhã deste sábado, 21, quando os fiéis da ala contra a Comissão de Reforma protestavam no interior da Catedral da IURD na cidade do Lubango. Cantavam e exibiam cartazes com dizeres “Não aceitamos a reforma, o caos é injusto. A reforma é pior que o ladrão. Queremos a nossa igreja”, entre outros, e partiram para agressões contra os irmãos de fé.
Em meio a fúria dos protestos dos crentes, rompiam janelas e portas da catedral e também proferiam palavras ofensivas, que precisou da intervenção dos agentes do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla.
Um dos obreiros, em declaração ao Jornal de Angola, disse exigir “o encerramento da Catedral do Lubango imediatamente e a restituição de todo património da igreja e, acima de tudo, a reposição do bom nome da igreja e o respeito pelos direitos de cada membro comprometido com os ideais dessa denominação”.
Falando à Imprensa, no Lubango, após primeira sessão de julgamento, o ex-líder brasileiro da IURD na Huíla, Pedro de Oliveira, afirmou que se pretendia com esta passeata unificar as duas alas e encontrar consenso para uma causa comum, de continuar a trabalhar para a transmissão do evangelho à sociedade.
Já o líder dos reformistas, Castro Kapassa, disse que os agressores não tiveram piedade e nem sequer queriam dialogar, simplesmente partiram para a agressão e que o pior não aconteceu graças a intervenção da polícia.
A sentença do julgamento está previsão para esta quarta-feira.
Os conflitos internos que ocorrem no seio da igreja são baseados em acusações às suas lideranças em Angola, por actos considerados como infracções criminais à luz da lei penal vigente na Constituição da Republica de Angola (CRA).